quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Por que os Céticos do Clima estão errados (por Michael Shermer)

Os 2 pontos chaves que os céticos do clima perdem (tradução livre)

As discussões entre os céticos do clima (ou seja lá como nós os chamamos agora) e seus oponentes são muito frequentemente desenvolvidas nas querelas sobre questões científicas particulares como as temperaturas da superfície dos mares e os Ciclos de Milankovitch.

De maneira genérica, isso é ruim. Disputas técnico científicas são de interesse limitado do público geral - especialmente disputas técnicas contestadas com grande veneno partidário. Uma discussão dominada por tais litígios faz com que a maioria das pessoas fique inteiramente por fora.E mais, cria a ilusão de que a validação da ciência climática depende de como essas disputas são resolvidas, e não é isso que acontece.

Michael Shermer, escritor de ciência de longa data, fundador da Skeptics Society (Sociedade Cética), editor da revista Skeptic  e conhecido por seu ceticismo genuino, (não aquele distorcido que é visto nos debates climáticos), publicou um texto na Scientific American que demonstra de forma concisa por que a ciência climática é tão resiliente.


1) A ciência climática representa uma convergência de provas

Por que tantos cientistas e organizações científicas aceitam que a mudança climática é real, é causada pelo homem, e é perigosa?

Não é por causa de qualquer linha única de provas ou de qualquer previsão. Em vez disso, diz Shermer , "há uma convergência de evidências a partir de múltiplas linhas de investigação, como:  pólen, anéis de árvores, núcleos de gelo, corais, degelo glacial e polar, elevação do nível do mar, mudanças ecológicas, aumento do dióxido de carbono, a inédita taxa de aumento da temperatura - e todas essas linhas de investigação convergem numa singular conclusão. Os cientistas chamam esse tipo de convergência de linhas independentes de evidência de " consiliência ", e o biólogo Edward Osborne Wilson escreveu um excelente livro tratando do assunto.

Consciliência: Uma Teoria, várias linhas de evidência

Negacionistas do clima - na verdade, a maioria das pessoas, - não compreendem plenamente as implicações da consiliência . A força da consiliência científica não é questão de validar qualquer conjunto de medições ou qualquer linha de evidência. Não é vulnerável à refutação indiscriminada se anomalias são encontradas em um ou outro conjunto de dados.Mesmo se linhas individuais de evidências são fracas ou incertas, sua convergência - ou o fato de que muitos caminhos conduzem sempre ao mesmo lugar - podem fortalecer a consiliência científica.


2) Os Céticos do clima refutam a teoria do aquecimento, mas não propõem uma teoria alternativa.

Shermer escreveu:

[Para os céticos do clima derrubarem o consenso, eles precisariam encontrar falhas em todas as linhas de estudo convergentes e construir uma teoria diferente que explique os inúmeros dados que já foram levantados, e isso eles nunca fizeram.]


Ceticismo climático não é uma teoria alternativa.A comunidade dos céticos do clima é uma miscelânea de teorias conspiratórias, que vão desde manchas solares, ajustes em bases de dados de temperatura até boatos de cientistas ávidos por dinheiro. Não há nenhuma hipótese alternativa compartilhada, apenas uma certeza fixa de que o consenso deve estar errado.


Se o consenso dominante da mudança climática antropogênica está errado, então nós precisamos de outra teoria que faça sentido diante do cenário atual, e que se harmonize com os dados de registro histórico. Os céticos do clima ainda não nos ofereceram essa tal teoria. A Ciência das alterações climáticas é fecunda, enquanto  o ceticismo climático é moribundo e meramente ilustrativo.

A Ciência climática não é única.
 Perceba que todas as coisas citadas acima são tão verdadeiras como a evolução, que também representa a convergência de múltiplas linhas independentes de evidências e também encara competidores sem seriedade científica alguma. Na verdade, muitas das teorias gerais que estruturam a pesquisa científica moderna são baseadas na consiliência, e sua força consiste muito menos em algum pedaço de evidência à prova de balas do que pelo poder da convergência.

Não há nada errado, no clima ou em qualquer outra área ampla da ciência, com sujeição de conjuntos de dados individuais ou linhas de evidência ao escrutínio crítico. Este é o dia-a-dia da ciência. Mas é tolo pensar, como os céticos do clima fazem, que desbancar qualquer tipo de evidência vai fazer que toda essa super estrutura caia por terra. A ciência não funciona assim.